MARCOS DA EMATER

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Extensionista Rural da EMATER-RN, político,Vice Presidente da COAMAB,Estudante de Direito,amigo dos amigos, cidadão baraunense.

sábado, 13 de dezembro de 2008

A história se repete

Em 1798 o filósofo e pensador Thomas R. Malthus escreveu o livro intitulado Um ensaio sobre o princípio da população e sobre o modo como afeta o aperfeiçoamento futuro da sociedade, criando uma grande polêmica para época, já que apresentava uma tese pessimista segundo a qual, “há uma constante tendência em todas as formas de vida animada a crescer além dos estoques de alimentação disponíveis para ela”, jamais adquiriu consenso.
Mas as coisas mudaram. Transcorridos 210 anos do ensaio de Malthus, esses dois tipos de otimismo debatem-se em crises terminais, enquanto o pessimismo malthusiano retorna. Dados da ONU: em 2008, a população urbana do planeta está se equiparando à população rural; beiramos hoje 6,8 bilhões; em 70 anos, de 1950 a 2020, mais que triplicaremos; nos próximos 40 anos atingiremos a marca de 9,2 bilhões de indivíduos: 50% a mais que a população de 2000; em 2050, 6,4 bilhões de pessoas – o equivalente à população atual do planeta! – apinhar-se-ão em cidades. Portanto, em 40 anos (2010-2050), a população urbana, sempre sequiosa de alimentos, duplicará.
Haverá 50% a mais de alimentos no planeta em relação à produção já insuficiente de 2000? A resposta é não. A revolução verde atingiu seus limites. Ela foi possível por causa do petróleo abundante e barato e a conseqüente petroquímica dos fertilizantes e defensivos agrícolas. Enxertamos no solo quantidades imensas de energia fóssil. Segundo Richard Manning (The oil we eat, O petróleo que comemos) “as plantações de Iowa [EUA] requerem a energia de 4 mil bombas de Nagasaki por ano”. E esse é o padrão atual da agricultura de escala. Ora, é consenso que a tecnologia será incapaz de descobrir novas jazidas de petróleo em ritmo compatível com o do crescimento da demanda. O esgotamento das reservas petrolíferas é um fato. Ela já acarreta o aumento implacável dos preços do petróleo e o dos alimentos agrícolas, analisado por Paul Krugman em artigo do Washington Post de 7 de abril (“Grains gone wild”, Os grãos enlouqueceram). Isto para não falar no pior: o declínio dos cardumes e a demanda crescente por gado de corte, voraz consumidor de florestas e grãos, com custos ambientais terrificantes. Carnívoros humanos nem querem ouvir falar.

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